domingo, 29 de junho de 2008

Terrugem dia 27 de Junho, dados a recordar por Isabel Ramos para sempre, pois foi a sua prova de Cavaleira Praticante, que passou com sucesso perante um Toiro de D. Luis Passanha. deixa-mos as imagens possíveis.
Uma figura sempre presente nas praças do nosso pais.
Uma pequena intrudoção á corrida.
Isabel Ramos nas cortesias.

Carlos Ricardo dos Amadores da Moita.
Paulo Caetano
Amadores de Évora, Nuno Lobo.
Paulo Caetano na volta, uma actuação de relembrar os velhos tempos.
José Luis Cochicho
Amadores da Moita, Hélio Roma.
Amadores de Cascais, Luis Camões ao segundo intento.
Rui Fernandes
Manuel Mesquitela, Aposento da Chamusca.


Isabel Ramos a prestar provas de praticante.

...A rematar as sortes.
Amadores de Cuba, Rogério Guerreiro.
Isabel Ramos na volta com a satisfação e alegria natural do dia em causa.
Amadores de Monforte, Fábio pegou ao segundo intento.
Uma prenda dos Amadores da Moita.
Uma prenda dos Amadores de Lisboa.
Hoje a Terrugem foi testemunha da prova de praticante de Isabel Ramos, que Deus lhe sorte para a sua caminhada.

quinta-feira, 26 de junho de 2008

Bernardo Salgueiro Patinhas nasceu em Évora em 23 de Outubro de 1981, exerce advocacia no BNB Paribas em Lisboa, desde cedo ligado ao grupo de Forcados de Évora prepara-se agora para receber das mãos de João Pedro Rosado o cargo de Cabo dos Amadores de Évora .
Bernardo como foram os teus primeiros passos no mundo da Forcadagem?


Praticamente nasci vestido de forcado! Toda a minha vida esteve envolvida neste mundo, em criança a minha maior paixão era vestir-me de forcado, sair em cortesias com os mais velhos e até treinava! Treinava com o meu cão Black, um pastor alemão que já investia! A entrada para o grupo foi natural, comecei por acompanhar, depois por volta dos 13 anos comecei a treinar com novilhas e com 15 anos entrei a sério para o grupo, fardando-me pela primeira vez com 16 anos, na Vila de Alcáçovas, em 26 de Julho de 1997. Naquele tempo a minha geração tinha alguma dificuldade na formação porque não tínhamos ou eram em número muito reduzido as novilhadas de promoção e divulgação de grupos juvenis.

Como é nascer no seio de uma família de Forcados?


É gratificante e muito contributivo para a nossa formação. Para além de ser uma família de forcados tenho também um tio, irmão de minha mãe, ganadero de bravo. A conversa na mesa de minha casa é invariavelmente toiros, porque todo núcleo familiar está centrado à volta da tauromaquia. É também difícil para as mães, avós e irmãs porque acompanham as gerações e vão sofrendo com elas. Posteriormente torna-se muito exigente para os elementos mais novos das dinastias porque é-lhes exigido o nome que carregam.

Seres filho de uma lenda no mundo dos Forcados pode ser benéfico, mas por outro lado imprime-te muito mais responsabilidade, como avalias isso?

No seguimento da pergunta anterior, existem incontornavelmente benefícios, não há dúvida que ter um pai reconhecido neste mundo é muito prestigiante. Para além disto tenho um professor em casa o que me ajuda muito na condução do percurso enquanto forcado. Tem também esse lado da associação de nomes e exigência por ser filho de quem em questão. No início é extremamente difícil conquistar e manter uma identidade própria na festa, sempre somos vistos como “o filho de…” e temos de estar sempre bem por isso mesmo, pelo nosso nome, afinal somos o “filho de…” que era bom, este também tem de ser. Arrisco até em dizer que no inicio da vida de um forcado nestas condições, o facto de se ter um pai assim pode ser prejudicial e o êxito futuro depende muito da força de vontade do forcado em autonomizar-se e ganhar a sua identidade e depende também da intervenção do pai para que isso aconteça. Num cômputo geral é difícil mas muito positivo.



Como Forcado activo que és como estás a viver a tua carreira?

Estou na fase em que desfruto mais do que é ser forcado, são 12 anos, muitas alegrias, alguns sustos, muito respeito pelo toiro e uma afición que não para de crescer. Procuro ler, investigar tudo o que esteja ligado ao mundo do toiro. Já vivo as corridas e os compromissos com mais maturidade, não tenho aquela inconsciência do começo em que venha o que vier! É tudo indiferente, vale tudo. Respeito mais o que é ser forcado e dou muita importância a este estatuto. Sei que há pouco viveste um grande momento da tua carreira, a viagem ao México. Como foi?
Foi sem dúvida muito marcante para mim. O México sempre esteve no meu imaginário, é parte da minha vida e tenho amigos no México que são um prolongamento da minha família. Proporcionou-se uma oportunidade e estive 20 dias no México onde fui recebido primordialmente, houve situações até em que me comovia com todo aquele ambiente. Tive oportunidade de conhecer os percursos que o Grupo de Évora percorreu nas várias digressões que lá fez, conheci forcados, ganaderos, empresários, toureiros que 20 anos antes acompanharam o meu grupo .Vivi manifestações de afecto, respeito e carinho pelo forcado como não há em Portugal e deveria haver porque fomos nós que o criámos. Nesse aspecto, actualmente talvez tenhamos um pouco a aprender com os forcados mexicanos. Momento muito importante foi o contacto com o toiro mexicano, tive o prazer de pegar um toiro no México, na histórica praça Alberto Balderas em Autlán de la Grana, Jalisco. Conheci também o sabor amargo da festa, lesionei-me na corrida do XXX Aniversário dos Forcados Mexicanos, na Cidade do México. Posso dizer que foi uma experiência muito completa e para me sentir verdadeiramente forcado precisava de conhecer o México.

Ao saberes que eras tu o escolhido para sucederes ao João Pedro Rosado na tarefa de comandar um dos Grupos de Forcados com mais relevo no panorama nacional, o que sentiste, como reagiste?


Fiquei contente por ter recebido um voto de confiança dos elementos e tomei consciência das dificuldades que ia ter, precisamente pelo facto de o GFA de Évora ter estatuto de figura no panorama e pelo facto da afición não tolerar erros às figuras. O dia 27 de Outubro de 2007, data da deliberação do Grupo de Évora, foi um dia muito exigente para mim, primeiro soube da noticia que o meu pai tinha sido hospitalizado e que não comandaria o grupo de pais e filhos que se encerraria com 6 novilhos-toiros na Arena de Évora no festival da Abraço. Foi então por eles deliberado que sairia eu a cabo nessa tarde, com responsabilidade sobre 40 ou 50 forcados de várias gerações, tarefa muito difícil, mais ainda, assim que soube que se tinha decidido assim resolvi que deveria pegar nessa tarde, passasse o que passasse, mais uma dificuldade, sabia que tinha um toiro para pegar! A minha cabeça e o meu telefone não paravam, estavam no hospital com o meu pai, na praça no sorteio, no hotel com os forcados, e na reunião do grupo de Évora para se escolher o novo cabo! Foi um dia dos tais! No final do dia tudo correu bem e fiquei satisfeito com o resultado global.

Quando tomares os destinos do Grupo, quais vão ser os valores e os princípios que vais seguir?



Serão os valores que já existem no seio do grupo e no seio do que é ser forcado no geral. Respeito pela figura, pelo público e pelo toiro, humildade, dignidade, amizade e educação, pilares da vida e em particular da vida de um forcado.


Já tens algumas datas importantes para esta época? E projectos para o Grupo?

Temos muitos compromissos importantes, Praças como Campo Pequeno, Santarém, Nazaré, Évora, datas em praças importantes de Espanha, será uma temporada à imagem e semelhança do que tem sido a nossa conduta até à data.


Podes partilhar connosco um dos teus melhores momentos e um menos bom, como Forcado?


O melhor momento ainda está para vir, nunca tive dias perfeitos, tive algumas tardes boas, realço a primeira pega em Évora, no São Pedro de 1999, na homenagem ao meu pai; a pega ao toiro de Pablo Romero, na feira de Maio em Montemor-o-Novo; a reinauguração da Arena de Évora, a primeira pega da nova arena; a pega no México. Menos bons também tive alguns, são parte integrante desta vida, recordo os três toiros que não consegui pegar até à data que mais do que ferido e magoado fisicamente fiquei sobretudo ferido na consciência e dignidade, mas o tempo, como em tudo, acabará por sarar.

O dia 28 de Junho vai ser certamente um marco importante na tua vida e na história do Grupo, qual achas que vai ser a reacção dos aficionados e a do povo Eborense?
Será um dia inesquecível, para mim sem dúvida que é um dia importante na minha vida, é um dia que vou dar mais um passo de gigante no percurso da vida pois sei que tudo irá mudar depois de desse dia, espero corresponder às expectativas e sentir-me bem física e psicologicamente para que seja uma festa e todos possamos desfrutar. Para o Grupo de Évora é o virar de uma página da sua bonita história. São 45 anos, três cabos, muitas vivências, julgo ser inclusive dos poucos grupos da actualidade e o único dos 4 mais antigos que tem quase a totalidade dos seus fundadores vivos que é um privilégio para aqueles que actualmente dele fazem parte. A reacção dos aficionados só pode ser boa, o ambiente para a corrida é tremendo, as gentes de Évora tem um carinho especial pelo seu grupo, serão com certeza muito exigentes, como aliás deverão ser mas estarão nessa noite e sempre com o seu grupo.

Uma última palavra para todos aqueles que te admiram e que em ti depositaram a confiança necessária para tu liderares os destinos dos Forcados Amadores de Évora?
A palavra só poderá ser de agradecimento pela confiança, de enaltecimento por aqueles que desta família fazem parte, de carinho por todos os seguidores. Espero estar à altura daquilo a que me comprometi e que as falhas e fracassos do Grupo de Évora correspondam aos meus erros como cabo.

terça-feira, 24 de junho de 2008

João Pedro Murteira Rosado, nasceu em Évora corria o ano de 1976, viveu sempre entre Évora e as Alcáçovas, com uma grande afinidade pelo campo e pelos animais, foi cultivando em si uma paixão pelo mundo da tauromaquia, vindo a envergar a jaqueta dos Amadores de Évora com apenas 16 anos, vindo a tornar-se cabo no dia 14-9-2002. Hoje João Pedro, agricultor de profissão é casado e já com dois filhos, anuncia a sua retirada deixando o cargo de Cabo dos Amadores de Évora a Bernardo Salgueiro Patinhas.


João Pedro o que te fez despertar para o mundo dos Toiros e em especial para o Grupo de Forcados Amadores de Évora?

Desde miúdo estive sempre relacionado com corridas, ia às corridas de Évora e também de Coruche terra dos meus avós paternos, na escola toda a rapaziada que me envolvia falava de corridas. Através dos meus amigos Miguel Sotero e do Carlos Conceição comecei a ir aos treinos dos Amadores de Évora, a partir daí fiquei até aos dias de hoje.

Como forcado consideras-te forcado de cara ou como se diz na gíria taurina “ pau para toda a obra”?

“Pau para toda a obra”, todos devemos ser, apesar de ter feito um pouco de tudo, considero-me essencialmente forcado de cara, tive algumas épocas em que rabejei com frequência, também passando pelas ajudas pontualmente, mas vinha sempre ao de cima a grande vontade de servir o grupo.

Quais achas que foram os critérios que o grupo e em especial o J.P. Oliveira tiveram em conta para te entregar o cargo do grupo?

O J.P. Oliveira pensou no meu nome para lhe suceder, a partir daí fez-me o convite, entretanto falou com o restante grupo em que a opinião foi generalizada, ficou então decidido que seria eu o novo cabo do grupo.

Como cabo quais foram as tuas prioridades e objectivos?

As minhas prioridades foram sempre o grupo actual, que tivesse bom espírito, amizade e vontade de pegar os toiros. O objectivo é melhorar sempre o que fazemos em praça.

Que balanço fazes do grupo nestes teus anos como cabo?

Eu recebi o grupo num grande momento com muitos homens e com grandes capacidades, como tal nos primeiros anos os sucessos apareceram e os prémios sucederam-se, ao fim ao cabo limitei-me a gerir a herança deixada pelo J.P. Oliveira. Nas épocas 2004-2005 houve uma grande reformulação do grupo, apesar de muitos forcados continuarem a ser os mesmos, foi a altura de alguns mais novos darem um passo em frente dentro do grupo, isto teve algumas repercussões a nível exibicional, fruto da sua juventude, o que por vezes os toiros não perdoam. No entanto nas últimas épocas o grupo normalizou e voltou aos êxitos como é esperado dentro do nosso seio.

Qual é o peso da responsabilidade de se ser cabo de um dos grupos de mais relevo no panorama taurino nacional?

A responsabilidade é grande, por este grupo já passaram muitos forcados que deram tudo por esta jaqueta que nós agora defendemos, por eles e também por nós que cá andamos hoje em dia, e como não podia deixar de ser pelo público, que espera sempre um grupo de Évora à grupo de Évora e isso obriga-nos a dar sempre o nosso melhor seja na praça mais importante, seja na aldeia mais remota sentimo-nos na obrigação de dar sempre cem por cento. A nível da organização do grupo também é complicado porque as exigências de um cabo são sempre variadas e numerosas, não podemos esquecer que é ao cabo que lhe compete organizar toda a vida do grupo.

Ser-se cabo vai para além do conhecimento pelo toiro e das gentes da festa, tem que se manter o grupo unido e em família, quais foram as tuas técnicas para alimentares esta família?

Gerir um grupo de quarenta elementos todos com opiniões por vezes diferentes não é fácil, eu tive a sorte de ter comigo no grupo um conjunto de forcados inexcedíveis a nível da amizade que tiveram pelo grupo e uns pelos outros e no apoio que sempre me deram, tornando essa função o mais fácil possível, foi também por isto se ter verificado que acabei por andar estes anos no grupo apesar das dificuldades inerentes a isso.

Este ano é o 45º aniversário do grupo, alguma comemoração especial?

Está previsto a comemoração ser numa corrida, mas não posso adiantar nada pois em relação a isso não há nada de concreto.

Conta-nos uma passagem boa e uma menos boa?

Apesar de muitas tardes boas, de sequências de corridas complicadas, que resolvemos da melhor maneira, houve um dia que fiquei muitíssimo satisfeito com a capacidade do grupo, foi dia 8/9/2007 em que pegamos à tarde em Santarém, onde se deslocaram 18 elementos tendo os restantes ficado em Évora, uma vez que nessa mesma noite pegava-mos na nossa praça. Foi um dia de correria e imensos nervos, mas que no fim valeu a pena o risco uma vez que correu tudo pelo melhor. Menos boa sempre que alguém se aleija e principalmente quando são coisas sérias que afectam a vida de qualquer um quer ele seja estudante ou trabalhador.

O que te levou a crer que chegou a altura da despedida?

Sinceramente penso que a minha missão está cumprida, todos temos algo para dar e eu penso que dei nestes anos ao grupo tudo aquilo que estava ao meu alcance, penso também que o grupo irá beneficiar uma vez que terá a partir de agora o Bernardo a comanda-lo, sendo inevitável que será mais um momento de mudança com novas ideias, irá chegar a sítios ainda mais altos do que comigo, por outro lado também a minha vida profissional e familiar já se ressente com as minhas ausências.

O Bernardo, como é que se chegou a este nome?

O nome do Bernardo saiu de uma reunião, onde nos encontramos todos os forcados actuais, na qual todos deram a sua opinião, não tendo chegado a haver votação uma vez que o nome do Bernardo foi unânime.

Algum conselho especial que lhe queiras aqui deixar?

Que faça sempre tudo em beneficio do grupo e nunca em beneficio individual.

Dia 28/6/2008vai ser um data histórica para os Amadores de Évora, para a cidade de Évora e para as suas gentes, o que esperas da reacção dos aficionados, principalmente dos eborenses?

Penso que o publico de Évora é o mais exigente, o mais entendido e também o mais generoso para o forcado, espero para o dia 28 que o possamos brindar com uma grande actuação.

Queres nos dar a conhecer um pouco do que vai ser o dia 28 de Junho?

Dia 28 vamos pegar seis toiros Passanha, o grupo constituído por antigos e actuais, após a corrida teremos uma ceia com a presença de todos e das suas famílias numa noite de confraternização e de festa.









Uma última pergunta, como vai ser o teu dia-a-dia sabendo que estás “aposentado” do grupo de Évora?

O meu dia-a-dia vai continuar sempre a passar pelo grupo uma vez que me venho embora mas deixo lá grande parte dos meus amigos, vou passar a ter mais tempo para a família e tentar recompensa-los por estes anos que estive mais ausente.

segunda-feira, 23 de junho de 2008


Sabado dia 21 fui até Alcacer do Sal, corrida integrada na feira anual "Pimel 08" ficam as fotos.



Luis Rouxinol

As pegas tiveram a cargo dos Amadores de Montemor, a abrir praça João Cabral.




Rui Fernandes teve ao seu melhor nível.


João moura Caetano



A religião sempre muito próximo da festa brava.



Mantas após a primeira tentativa.